sexta-feira, 28 de maio de 2010

Relatório da OCDE põe área de RH na agenda brasileira de debates


O Brasil ainda está na infância das discussões de políticas de recursos humanos. Precisa trabalhar em relação a plataformas tecnológicas, novos processos de trabalho, adquirir conhecimentos específicos. E a massa crítica de que dispõe é insuficiente para fazer face a esses desafios.

Dessa forma, o secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), Francisco Gaetani, apresentou hoje o documento “Avaliação da Gestão de Recursos Humanos no Governo”, um estudo completo envolvendo os três níveis de governo, encomendado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e realizado em parceria com o Banco Mundial.

De um total de 337 páginas, com análise comparativa da situação no Brasil com a experiência dos 31 países membros da OCDE, 18 são dedicadas a recomendações ao governo brasileiro.

“Não somos necessariamente obrigados a observar estritamente as recomendações ou as receitas, até porque não existe um receituário único que possa ser adotado pelos países”, esclareceu Luiz Alberto dos Santos, subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil. “Mas é um relatório que permite ao país colocar na agenda de debates um tema de difícil abordagem”.

Na mesma linha, Gaetani reitera que, embora a área de recursos humanos do Governo Federal gerencie o maior orçamento do país, os meios colocados à disposição dessa área são inversamente proporcionais às suas possibilidades.

“O processo de aprendizado é longo, é um processo de gerações”, lembrou o secretário, citando mudanças como a que ocorreu com a negociação salarial, que “num passado recente, de governo autoritário, era tratada como questão de polícia e não como questão política”, completa.

Gaetani frisou, ainda, que uma das metas estabelecidas pelo Governo Federal nas duas últimas gestões foi o resgate dos salários do setor público: “Hoje são competitivos com o setor privado, e em alguns casos, como nas áreas estratégicas de Estado, são até maiores. E há uma clara justificativa: retenção de quadros e desenvolvimento de funções estratégicas”, acrescentou.

O secretário considera esse resgate dos salários a parte difícil. Agora, segundo ele, o governo precisa questionar se a contrapartida, ou seja, a prestação de melhores bens e serviços está sendo entregue. Gaetani acredita que uma das questões que serão colocadas a partir do relatório da OCDE é a discussão sobre se, de fato, a Administração Pública Federal está dando um salto de qualidade.

“Temos, também, algumas pendências, como a questão do balanço entre a classe política e a burocracia. Precisamos discutir a melhor forma desse relacionamento se estruturar de forma positiva para o país”, destacou.

“A abordagem que temos procurado valorizar no contato com a OCDE é o desenvolvimento de capacidades. É uma discussão ainda incipiente, mas que valoriza a calibragem de meios, resultados, subordinação ao comando político, transparência”, definiu.


Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Publicado em: 21/05/2010

Notas:  A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem sua sede em Paris, França. Na OCDE, os representantes dos países membros se reúnem para trocar informações e definir políticas com o objetivo de maximizar o crescimento econômico e o desenvolvimento dos países membros.
2. Baixe o relatório completo através do link abaixo.
http://www.sinagencias.org.br/conteudo_arquivo/210510_BB1434.PDF

0 comentários:

Postar um comentário

Postar um comentário